sexta-feira, 2 de abril de 2010

Roteiro – termine enquanto ainda está quente

     Voltei. Eu disse que hoje eu iria mostrar alguns exemplos clássicos, mas por causa do feriado, vai ter que ficar para um outro dia.

Roteiro

     Um roteiro tem que ser construído de maneira igual a uma peça de vidro: é reunido um punhado de areia e outros materiais que são aquecidos a muitos graus centígrados. E então, com tudo ainda em massa incandescente, a forma é dada. Logo em seguida, vem os detalhes da peça com ela ainda quente. O roteiro acaba sendo parecido com isso. Se for um roteiro curto (história de até umas 50 páginas), dá pra fazer toda a idéia central no mesmo dia da idéia completada - você reúne as idéias e de uma vez só bota tudo o que tem na cabeça no papel. É isso aí, tudo vai no mesmo dia pro papel. No dia seguinte (com certeza a idéia ainda ta bem quente) eu faço uma revisão e com um afastamento apropriado (da hora da primeira escrita) vou cortando o que não fez muito sentido e também vou completando partes que ficariam mais interessantes com detalhes, às vezes, não tão relevantes, mas que são complementares a idéia principal.
     Infelizmente, é difícil se envolver com um tempo suficiente a uma obra maior e mesmo a histórias menores. Afinal, temos aula, trabalho, temos que beijar muito a namorada... Enfim! Mas existe uma essencialidade importante quando falamos de trabalho com quadrinho que é o compromisso com o que ta fazendo: se é importante, o planejamento à longo prazo é totalmente indispensável. Existem coisas que não vão esperar por você... se demorar demais a passar o roteiro pro papel, vai perder o interesse (pode escrever o que to dizendo). Os personagens também não têm tanta paciência, principalmente aqueles que são principais... eles mudam na cabeça o tempo todo e se não viverem a história logo de uma vez, acabamos nos perdendo com ele.

Escritos de bastidores

     Sabe a página que está no post anterior a esse? Ele não é a história em si. É uma espécie de ‘jornal’ do dia anterior ao campeonato dos meus personagens. Esses tipos de escrito são os bastidores de produção. Pra mim esse tipo de coisa ainda é um mistério. Eu não sei por que sempre fiz isso depois de terminar as minhas histórias antigas. E também antes de começar as histórias de hoje em dia. Eu estou tendo aula de metodologia em pesquisa na faculdade. Nós coletamos informações sobre o processo de produção... ou seja, é algo realmente importante para um artista. Logo, quem faz quadrinho é um artista! Que nada, somos só uns mercenários com muita sede de grana!!! (brincadeira gente, tem que explicar tudo)
     Ken Akamatsu é o desenhista de Love Hina – um dos quadrinhos referência pra mim. Ele produziu um encadernado chamado Love Hina Infinity (publicado pela JBC Mangás aqui no Brasil) onde ele conta todo o processo de produção da história desde o início e o dia de produção dos assistentes. Muita coisa parece bobagem (coisas que parecem feitas para o encadernado e não para a história), mas vai saber né?! Vai que por causa das besteiras que o negócio fez sucesso! A gente já sabe como é o povo, não é mesmo!? Rsrsrsr....

Capa de Love Hina Infinity - JBC Mangás

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